quinta-feira, 24 de março de 2011

Dia do Aluno de Moral

O Dia do Aluno de Moral decorreu no passado dia 17 de Março, em Nisa. Sabem o que é? Seguramente, para aqueles que nunca participaram num encontro de alunos inscritos na disciplina de EMRC, a ideia não deve ser muito diferente da que eu tinha! Pensava eu, que neste tipo de dias, os participantes se juntavam para celebrar mais umas missas, com cânticos e orações, ou algo do género. Julgava eu, que “aquilo” era capaz de ser uma grande “seca”. Pois! Mas eu estava a cair naquilo que considero ser um dos grandes erros da condição humana: ter ideias pré-concebidas de algo que nunca foi experimentado. De forma que decidi abrir a minha mente e coração e aceitar o convite que a professora Ana Reis me fez para a acompanhar, a ela e a mais alguns alunos do 7º B, 8º A e 9º A da nossa escola, a Nisa. O tema do encontro também me atraía particularmente, pois era dedicado ao voluntariado, algo ao qual sou e sempre fui muito sensível. Desta forma, reuni à hora marcada, com os alunos da nossa escola e lá fomos até Nisa. Quando lá cheguei, tive uma agradável surpresa: o cine-teatro estava cheio, com algumas centenas de alunos de várias escolas da região, e o ambiente era muito animado. Os alunos e todos os adultos que os acompanhavam pareciam francamente bastante alegres. Havia cânticos, como eu tinha idealizado, mas estes eram muito alegres e actuais e toda a gente parecia muito feliz poo ali estar a conviver. Depois fomos divididos em vários grupos, todos formados aleatoriamente. Ali ninguém estava preocupado em dividir alunos e professores por escola, pois parecia que havia muito à-vontade e confiança entre todos. Assim, acabei por me juntar a um grupo de outros professores e alunos que até nem eram de Castelo de Vide. Passámos por quatro workshops: Cruz Vermelha, Bombeiros, Cáritas e Fidesco, onde vários dos voluntários deram o seu testemunho. Alguns dos depoimentos dos voluntários nestas instituições emocionaram-me imenso, pois foram declarações de entrega e dedicação a outras pessoas que aos nossos olhos não têm quase nada, mas que ficam extremamente “ricas” e felizes com a partilha que estes voluntários lhes dão. Sempre admirei o trabalho dos voluntários, pessoas que dão um pouco delas a troco de nada, mas achava que para se ser voluntário era necessário ser-se muito forte ou valente. Descobri que eu e tu também podemos ser voluntários, basta darmos um bocado de nós a alguém, seja um sorriso, seja um ombro amigo. Da próxima fez que ouvirem falar do encontro do aluno de Moral, façam como eu. Abram a mente e vão de coração aberto ver o que lá se passa. Apliquem este princípio a outras coisas da vossa vida. Se negamos algo, porque simplesmente desconhecemos, seguramente vamos perder muitas coisas boas na nossa existência. Experimentem também ser voluntários por um dia. Dar um pouco a alguém que precisa pode fazer-vos muito felizes e ricos por dentro. Sejam livres!

Ana Cerdeira (professora de Ciências Naturais)