Entre um queque e um leite com chocolate:
- O que andas a ler? – perguntou a Fernanda.
Ainda mal recomposto da surpresa, respondi:
- Acabei agora “Os Cavalos também se Abatem”, de Horace McCoy. Fala de um casal que se vê envolvido numa maratona de dança na América dos anos trinta. O país estava a atravessar uma crise, a chamada “Grande Depressão”, e qualquer forma servia para tentar ganhar a vida... As maratonas duravam meses, sem parar, eram agressivas e violentas, e só um par podia chegar ao fim do concurso.
- Acho que já vi o filme que fizeram com essa história! – retorquiu a minha colega de conversa.
- Bem, então lembras-te que a história acaba mal...os nossos heróis acabam por morrer! Detesto histórias que acabam em morte! – adiantei.
Antes que a professora de Francês me pudesse devolver uma resposta honesta, a campainha, com a sua rapidez estridente, interrompeu-a bruscamente. Viu-se quase entalada, com um pedaço de queque de chocolate a caminho da garganta. Os miúdos, naquela voragem saudavelmente louca, levaram-na na corrente – a ela, ao seu queque e à sua resposta - no meio de barulhos desorganizados e alegres.
- Até logo! – tentou gritar a Fernanda .
- Adeus! – respondi eu! E lá fiquei a mastigar a minha sandes de queijo, enquanto pensava nas maratonas de dança...
- O que andas a ler? – perguntou a Fernanda.
Ainda mal recomposto da surpresa, respondi:
- Acabei agora “Os Cavalos também se Abatem”, de Horace McCoy. Fala de um casal que se vê envolvido numa maratona de dança na América dos anos trinta. O país estava a atravessar uma crise, a chamada “Grande Depressão”, e qualquer forma servia para tentar ganhar a vida... As maratonas duravam meses, sem parar, eram agressivas e violentas, e só um par podia chegar ao fim do concurso.
- Acho que já vi o filme que fizeram com essa história! – retorquiu a minha colega de conversa.
- Bem, então lembras-te que a história acaba mal...os nossos heróis acabam por morrer! Detesto histórias que acabam em morte! – adiantei.
Antes que a professora de Francês me pudesse devolver uma resposta honesta, a campainha, com a sua rapidez estridente, interrompeu-a bruscamente. Viu-se quase entalada, com um pedaço de queque de chocolate a caminho da garganta. Os miúdos, naquela voragem saudavelmente louca, levaram-na na corrente – a ela, ao seu queque e à sua resposta - no meio de barulhos desorganizados e alegres.
- Até logo! – tentou gritar a Fernanda .
- Adeus! – respondi eu! E lá fiquei a mastigar a minha sandes de queijo, enquanto pensava nas maratonas de dança...
Gilberto Rocha - Professor de Língua Portuguesa